domingo, setembro 25, 2011

Os alemães no Espírito Santo

Domingos Martins

Depois do empreendimento português decidiu-se iniciar um novo empreendimento, e os alemães foram os primeiros, em 1847, chegaram em três datas distintas: em 21 de dezembro de 1846, a bordo do transporte Eolo, com 108 colonos; em 21 de fevereiro de 1847, no vapor de guerra Urânia, com 46 passageiros e em 13 de março com o Brigue Aurelie que trouxe 11 colonos. Desembarcaram primeiramente no porto do Rio de Janeiro do navio Philomena, que partiu de Antuérpia em 20/10/1846.

Esses primeiros imigrantes eram em sua maioria hünsbucklers da regiâo do Hünsruck e também do Hesse, foram eles os primeiros a desbravar a vasta floresta e fundar Santa Izabel e a povoarem e fundarem o município de Domingos Martins, município este em que boa parte das pessoas são bilíngues falando além do português os dialetos Hünsbuckler (mais comum na área de campinho) e o pomerano na região norte do município.

Os alemães foram o segundo maior grupo de imigrantes para o Espírito Santo depois dos italianos. A então Província da Pomerânia contribuiu com 63% do total de colonos. Da parte oriental daquela província, das cidades de Belgard, Greifenberg, Kolberg, Kowak, Labes, Regenwald e arredores - que desde o fim da Segunda Guerra está sob o domínio da Polônia - é oriunda a grande maioria dos colonos pomeranos. Em seguida vêm os renanos, com destaque para os imigrantes das montanhas do Hünsruck, no vale do Reno, os primeiros alemães a chegar ao Espírito Santo em 1846.

Os imigrantes que fundaram Domingos Martins viveram no início da colonização um sério conflito religioso, fruto do apoio dos portugueses católicos aos alemães também católicos, devido ao apoio e defesa na hora de negociar que existia ao darem preferencia aos alemães católicos.

Depois do ótimo resultado alcançado em Santa Izabel o governo incentivou a criação de outras colônias alemães, sendo Santa Leopoldina a que alcançou maior status, sendo grande difusora de alemães que desbravariam e fundariam outros municípios. Porém a maioria dos colonos que vieram depois eram pomeranos, o que resultou atualmente na maior colônia pomerana no Brasil e também o maior núcleo de falantes deste dialeto no mundo (nos referimos ao dialeto pomerano oriental).

Embora a presença alemã no Espírito Santo seja pequena se comparada aos italianos que representaram 75% dos imigrantes e representam 65% da população do Estado, os alemães e seus descendentes foram os que mais conservaram a língua, existindo hoje no Estado municípios como Santa Leopoldina, Santa Maria de Jeitbá, Afonso Cláudio, Domingos Martins, Santa Teresa (comunidades interioranas em meio a massa italiana), Vila Pavão, Vila Valério e Pancas que conservam o dialeto pomerano, com grande população de bilíngues; em alguns casos chegando ao ponto de existirem brasileiros pomeranos que não sabem falar o português.


Domingos Martins
A grande maioria dos alemães (82,3%) embarcou no porto de Hamburgo, ao norte do país. No porto de Antuérpia, na Bélgica, embarcaram 14,3% do total. Em Bremen foram embarcados outros 2,2% de passageiros imigrantes com destino ao Espírito Santo.

As embarcações, A. Borsig, que chegou em 10 de junho de 1859; o Virginie de 21 de agosto do mesmo ano e o Belgique de 10 de março de 1860, todos procedentes do porto de Antuérpia, foram os primeiros navios a fazer o percurso diretamente da Europa até o porto de Vitória, trazendo imigrantes alemães.

O navio Ceres, que transportava 69 alemães, a maioria da Renânia, foi o que mais tempo gastou até o Espírito Santo. Partindo de Hamburgo em 12 de abril de 1872, chegou em Vitória em 20 de julho, depois de 99 dias de viagem.

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